Na mais recente reunião com representantes do movimento sindical, ocorrida na última sexta-feira, 10, o Santander apresentou uma proposta de banco de horas negativo que consiste na anistia de 10% das horas devidas a partir de 1º de abril e na compensação das horas em 18 meses.
Além disso, o banco defendeu o Motor de Vendas, seu programa de metas diárias que tem tornado a vida dos empregados um verdadeiro inferno — como podem atestar as inúmeras denúncias recebidas pelos sindicatos.
Outro ponto abordado na reunião foi a complementação do salário dos afastados pelo INSS, que, de acordo com o Santander, está sendo feita corretamente, sem prejuízos para os trabalhadores.
Por fim, discutiu-se a alteração de atribuições dos gerentes de atendimento e de relacionamento: o banco passou para os GRs a responsabilidade de abrir novas contas (tanto de PF quanto de PJ), o que antes era feito pelos GAs, que conferiam documentos e assinaturas antes de formalizar a abertura. Segundo o Santander, isso ajudou a diminuir fraudes.
Reivindicações
Quanto ao banco de horas negativas, os negociadores do movimento sindical reivindicam que a contagem comece partir de 1º de maio, que sejam abonadas todas as horas dos finais de março e abril, que os trabalhadores tenham 12 meses para compensar o restante e que as horas que não forem compensadas nesse período sejam abonadas.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região concorda que é preciso melhorar, e muito, a proposta do banco de horas negativas, já que os bancários não estão deixando de cumprir suas horas por vontade própria, e sim por causa de uma pandemia que não para de fazer vítimas fatais.
Mas o pior mesmo é o Motor de Vendas, que é a instituição do assédio. Estabelecer metas diárias para poder pressionar os bancários ininterruptamente, é sufocante. Insistir em vender produtos financeiros a uma população que está perdendo seus empregos e negócios é um disparate.
Elevar a pressão sobre os empregados não vai fazê-los vender mais, vai apenas acabar com a saúde deles. Vergonha!