Foram divulgados no último dia 30 os resultados da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) referente ao primeiro semestre de 2019. Realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a pesquisa mostra que, do início de janeiro até o fim de junho deste ano, os bancos fecharam 2.057 postos de trabalho no país.
O saldo negativo do setor bancário é resultado de 17.279 demissões e 15.222 admissões. Ao mesmo tempo, o Brasil como um todo registrou saldo positivo de 374 mil empregos com carteira assinada.
A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que reúne bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 1.658 postos no período, enquanto a Caixa Econômica Federal fechou 489 postos.
Faixa etária
A alta rotatividade é hoje um grande problema no setor bancário. Os bancos demitem os mais velhos de casa para empregar bancários mais novos, que ganham menos e não têm os problemas de saúde comuns à categoria após longo tempo de trabalho [leia mais sobre o assunto na página 4]. A prova disso é que a abertura dos postos bancários concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, enquanto acima de 30 anos todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos.
Onda de demissões
Segundo o Caged, desde 2013 o setor bancário eliminou 62,7 mil empregos. Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, essa nova onda de demissões está ligada ao crescente número de correspondentes bancários e ao encolhimento dos bancos públicos. “A rotatividade leva ao medo constante da demissão e, por consequência, ao adoecimento”, afirma Débora Amaral, funcionária do Itaú e diretora da entidade.