O jornal Valor Econômico publicou no último dia 9 uma grande reportagem sobre o aumento da extrema pobreza no Brasil, com base num levantamento feito pela consultoria Tendências.
O estudo mostra que, das 27 unidades da federação, 25 tiveram piora da miséria entre 2014 e 2017. Nove Estados atingiram um nível recorde no ano passado. Na média nacional, a pobreza extrema avançou de 3,2% em 2014 para 4,8% em 2017 – um aumento de 33% em três anos! –, o maior patamar em pelo menos sete anos.
A extrema pobreza cresceu em todo o país, mas foi na região historicamente mais carente, o Nordeste, em que essa piora se deu de forma mais intensa (onde o governo diminuiu investimentos por conta da crise). Estados como Bahia, Piauí e Sergipe viram dobrar ou quase dobrar o número de famílias vivendo na miséria. No Norte, o Acre chamou atenção pela rápida piora nesses quatro anos. Apenas dois Estados exibiram queda da pobreza extrema no período: Paraíba (de 6,4% para 5,7%) e Tocantins (de 5,4% para 4,3%).
As famílias consideradas em situação de extrema pobreza foram aquelas cuja renda domiciliar per capita ficou abaixo de R$ 85 no ano passado. É esse o critério utilizado como referência para o pagamento da Bolsa Família – foi definido por decreto em 2016, para o Plano Brasil Sem Miséria. No entanto, existem outros critérios para traçar a linha da miséria, sendo que o Banco Mundial, por exemplo, usa a linha de US$ 1,90 por dia.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o aumento da pobreza no Brasil é consequência de um governo que realizou reformas que prejudicaram ainda mais os menos privilegiados. “É preciso mudar o modelo econômico atual do País, parando de privilegiar banqueiros em detrimento da população”, afirma Alexandre Morales, diretor do Sindicato e funcionário da Caixa.