Durante os governos do PT, fomos aqueles que denunciaram incansavelmente os acordos com o sistema financeiro e as reformas que atacaram direitos dos trabalhadores, como foi na reforma da previdência do primeiro mandato de Lula. Participamos e impulsionamos, durante aqueles anos, várias chapas de oposição à Contraf/CUT, que acabou refém dos governos petistas em detrimento à defesa dos interesses da categoria bancária.
Mas o que está em jogo agora é muito maior. Um eventual governo Bolsonaro significará grandes mudanças na vida dos trabalhadores. Bolsonaro foi apoiador do péssimo Governo Temer. A retirada de direitos que começou será concluída num governo Bolsonaro. Como deputado, Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista e da PEC que congela os gastos públicos; para as estatais o seu virtual ministro da economia, Paulo Guedes (formado na Escola de Chicago) anuncia uma política de privatização selvagem. O próprio Bolsonaro tem falado da necessidade do estado vender estatais. Ainda tem o General Mourão, candidato a vice, defende o fim do 13º salário.
O candidato se diz um grande defensor da segurança pública porém em 27 anos de mandato nunca apresentou um projeto relevante para a área.
Bolsonaro se diz contra a corrupção porém tem histórias mal contadas de doações de grandes empresas envolvidas em escândalos de corrupção, como a JBS, e consta na lista de Furnas. Ele se aproveita dos privilégios de quem ocupa cargos eletivos e os reforça: fez pré-campanha com despesas pagas pela câmara, votou a favor do aumento do salário dos deputados, recebeu auxílio moradia tendo imóvel próprio, votou contra o fim da aposentadoria especial para deputados e senadores.
Além de nefasto para o conjunto dos trabalhadores, ele representa a perseguição aos mais oprimidos. Está claro que Bolsonaro não respeita as mulheres e tem feito uma política de ódio a LGBTs e a negros. General Mourão, o vice, chegou a declarar: “Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. (…) E a malandragem. Edson (da) Rosa, nada contra, viu, mas a malandragem que é oriunda do africano”. Bolsonaro chegou a falar “Ninguém gosta de homossexual, a gente suporta”. Uma vitória de Bolsonaro vai significar que todos os grupos de ódio e de intolerância vão se sentir livres para atuar.
A eleição dele significará a diminuição das liberdades democráticas. Os militares estão voltando a aparecer. O candidato e seu vice defendem abertamente a ditadura e são admiradores do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. A declaração depois do 1º turno foi clara: “Vamos botar um ponto final em todo o ativismo no Brasil”. Por ativismo, leia-se todos aqueles que estão descontentes e protestam, por qualquer motivo.
A vitória de Bolsonaro significará a escalada das privatizações e da precarização. Haverá terceirização massiva e rebaixamento das condições de trabalho. Vamos ter que procurar emprego num momento em que direitos trabalhistas foram reduzidos. E nem liberdade para protestar haverá.
Queremos ter a liberdade de lutar contra qualquer que seja o governo que nos ataque os direitos. Por isso, neste próximo dia 28, vamos votar 13!
Subscrevem este texto os diretores do Sindicato ligados à Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), além da diretora Maria Bueno de Camargo, ligada ao MNOB.