Por meio de carta, o Santander informou que vai retirar seu patrocínio ao SantanderPrevi. Isso acontece cinco meses depois do banco fechar o fundo a novos participantes e de afirmar, em comunicado oficial, que não haveria mudanças para quem já estava no plano de previdência.
Segundo o Santander, sua decisão – unilateral, que pegou a todos de surpresa – está amparada na legislação, no Estatuto e no Regulamento do plano.
O banco informou que o processo será submetido à Previc e que o prazo da autarquia para analisar o pedido é de 60 dias úteis, tempo que pode ser prorrogado por igual período.
É importante lembrar que há pouco tempo o Santander ofereceu aos novos funcionários um plano aberto SBPrev (PGBL e VGBL), administrado pela Icatu Seguros. Em seguida, anunciou o descontinuamento do patrocínio ao SantanderPrevi e deixou os trabalhadores com três possibilidades: resgatar o dinheiro arcando com os tributos; transferir a reserva para outro plano (provavelmente o que já oferece aos novos bancários), ou combinar as duas opções. Qualquer que seja a escolha que o funcionário tome, ela significará economia para o banco e fim da complementação da aposentadoria para os trabalhadores.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região esse tipo de postura do Santander não é surpresa.
“A prioridade do banco é sempre o lucro e os acionistas, nunca os funcionários que tanto batalham para o aumento do lucro do Santander”, afirma Maria Emília, funcionária do banco e diretora do Sindicato.
A retirada de patrocínio e a transferência de recursos para uma seguradora está em perfeita sintonia com o atual momento político pelo qual passa o país. A reforma da previdência, tão defendida pelo governo Temer, é o maior retrato disso. As pessoas terão que procurar previdências privadas para ter direito à aposentadoria. O Sindicato estuda medida judicial sobre essa alteração unilateral e prejudicial aos bancários.