Na última quarta-feira, dia 25, Alexandre Morales e Priscila Rodrigues, diretores do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, estiveram no Ministério Público do Trabalho denunciando práticas irregulares do Bradesco que estão resultando em adoecimentos em massa dos empregados.
O Sindicato solicitou audiência com o procurador responsável pelo processo em que o Bradesco foi condenado a pagar R$ 800 mil por danos morais coletivos depois que perícias judiciais constataram falhas de ergonomia no mobiliário do banco.
Desde então, o Bradesco tem gravado vídeos de funcionários de Bauru e região dentro de suas agências pedindo depoimentos elogiosos em relação à ambientação do banco (ergonomia e clima organizacional).
Para o Sindicato, isso é uma afronta ao MPT e ao Judiciário, já que esses depoimentos que serão juntados no processo não são feitos de forma espontânea. Pelo contrário, o Sindicato considera isso como uma forma de coação, já que os bancários não têm como se negar a fazer o que os gestores mandam.
Além disso, o Sindicato levará para a audiência testemunha e e-mails com ranqueamento individual e cobrança de metas a cada hora, para comprovar os abusos do banco. São práticas que contribuem para o adoecimento dos bancários.
Relembre o caso
Em novembro de 2017, a juíza Ana Cláudia Pires Ferreira de Lima, da 1ª Vara do Trabalho de Bauru, condenou o Bradesco a pagar indenização de R$ 800 mil por danos morais coletivos, respondendo a uma reclamação trabalhista ajuizada em 2009 pelo MPT e pelo Sindicato.
A juíza afirmou que “o réu organizou sua atividade produtiva sem efetivo zelo em relação às condições de trabalho” e que “o descumprimento das normas relativas à ergonomia no local de trabalho (NR 17) é prática vedada pelos princípios que protegem o trabalho humano, em face do exacerbado malefício à saúde”. O Bradesco recorreu da sentença.
(Bancários na Luta nº 36)