Na semana passada, o Santander e o Bradesco divulgaram seus lucros relativos ao primeiro semestre: o Santander Brasil teve lucro líquido gerencial de R$ 5,792 bilhões (56,37% a mais que no mesmo período de 2017) e o Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 10,263 bilhões (crescimento de 9,7%).
Chamou a atenção a diminuição dos postos de trabalho no Bradesco: ao fim de junho, o banco tinha 7.460 empregados a menos. No Santander, o destaque é que o resultado no Brasil representou 26% do que o Grupo Santander lucrou em todo o mundo.
Diante desses números, é um descalabro o que os banqueiros fizeram na negociação do dia 24, postergando resoluções sobre todos os temas de interesse dos trabalhadores: nenhuma cláusula contra dispensas imotivadas; nada de garantia de emprego; nada de garantir a volta das homologações nos sindicatos; “ficaram de analisar” a manutenção da gratificação de função (de forma que ela não onere demais os bancos); e não quiseram colocar no papel cláusulas contra a jornada de 12 horas e nem contra a terceirização (alegaram não terem interesse nas práticas, já que em oito meses de nova legislação trabalhista ainda não fizeram isso).
No entanto, apresentaram propostas que interessam apenas aos banqueiros, como aumentar para um ano a compensação do banco de horas (já emplacando o negociado sobre o legislado), criar o home office para a categoria bancária (sem qualquer ajuda de custo), e legitimar a figura dos correspondentes bancários.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, passou da hora da Contraf/CUT (que negocia com os banqueiros e representa a maioria de sindicatos de bancários no país) marcar um calendário de luta, de fato.
No dia 1º tem negociação sobre índice e PLR com a Fenaban. No dia 3, esses mesmos temas serão discutidos com o BB e a Caixa. Nas negociações específicas, até agora a CEF não aceitou discutir a ultratividade e não apresentou nada para o Saúde Caixa e a Funcef. O BB apresentou apenas perfumarias.
10 de agosto – Dia Nacional de Paralisação e Manifestações
Já que a Contraf/CUT insiste em não promover um calendário de luta para a categoria bancária, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região defende que façamos parte do “Dia do Basta!” em 10 de agosto, um dia nacional de paralisações e manifestações em defesa do emprego, da aposentadoria e dos direitos trabalhistas.
Em todo o país, a CSP-Conlutas estará nas ruas:
- contra o desemprego (28 milhões de pessoas);
- contra a pretendida reforma da Previdência;
- pela revogação da reforma trabalhista e da Lei das Terceirizações;
- pela redução do preço dos combustíveis e do gás de cozinha (que já representa 50% do orçamento das famílias da classe D) e o fim da política de reajustes da Petrobras;
- contra os ataques à soberania nacional (planos de privatização da Petrobras, Eletrobras e outras estatais);
- pela revogação da “lei do teto de gastos”;
- pela construção de uma Greve Geral.
Para o Sindicato, essas bandeiras afetam diretamente nossa categoria, que também é vítima do desemprego (desde 2012, os bancos cortaram 26 mil postos de trabalho), e também sofre com ameaças de privatização de BB e Caixa.
(Bancários na Luta nº 36)