De três em três anos, os associados do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região são chamados a votar para eleger a Diretoria Executiva da entidade.
A Diretoria Executiva do Sindicato é composta de 30 cadeiras, que são distribuídas proporcionalmente entre as chapas que participam das eleições, de acordo com os percentuais de votos válidos obtidos nas urnas.
O critério da proporcionalidade na distribuição das cadeiras da Diretoria foi inserido no Estatuto do Sindicato depois de aprovado numa assembleia ocorrida em 10 de dezembro de 1994, às vésperas da eleição de janeiro de 1995.
São raros os sindicatos que ainda hoje fazem uso desse critério. Na verdade, bem poucos chegaram mesmo a experimentá-lo – e, se o experimentaram, acabaram voltando atrás. O exemplo mais recente é o do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS, que testou a proporcionalidade por uma década e agora, em 2018, retirou-a do seu estatuto.
O principal argumento a favor da proporcionalidade é que ela “democratiza” a entidade. Ou seja: já que o Sindicato não pertence a ninguém em especial (nem a partidos políticos, nem a correntes de pensamento etc.), mas sim ao conjunto dos bancários, então o correto seria ter na direção da entidade várias correntes representando os vários ideais dos vários bancários. Mas, na prática, a teoria é outra.
Desde que a proporcionalidade foi implementada no Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o que se viu foi o seguinte: ou o grupo que perde a eleição abandona o dia a dia da entidade (deixando sobrecarregada a direção majoritária), ou “parte para o tudo ou nada” (como aconteceu nos dois últimos mandatos).
POR QUE ACABAR COM A PROPORCIONALIDADE
Diretores que abandonaram o programa vitorioso na última eleição uniram-se aos diretores derrotados e assinaram um contrato que não foi discutido com TODA a Diretoria, e o resultado foi o bloqueio judicial de mais de R$ 100 mil da conta corrente do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o que impossibilitou a devolução de uma parte do imposto sindical de 2017 e o pagamento de todas as obrigações diárias da entidade.
Antes disso, a impugnação da candidatura da diretora Priscila Rodrigues (o que levou o Banco Votorantim a demiti-la) e a confecção de uma ata falsa para fazer com que o BV afastasse a diretora Michele Montilha de suas atividades (leia mais na p. 3) também são exemplos do mal uso da proporcionalidade na direção do Sindicato.
DEMOCRACIA NÃO VAI ACABAR
As alterações propostas pela maioria da atual direção do Sindicato mantêm o caráter democrático da Diretoria (já que continua inexistente a figura de um presidente), mantêm também o formato de Diretoria colegiada (em que o voto de cada diretor tem o mesmo peso), além de manterem a possibilidade dos representantes de base e delegados sindicais participarem das decisões da entidade.
Por fim, também está mantêm a possibilidade de convocação de assembleias através de ofício com a assinatura de 1% dos bancários sindicalizados.
ASSEMBLEIA
A assembleia para deliberar sobre o fim da proporcionalidade será realizada no dia 22 de maio. Participe!
Veja o edital da assembleia, clique aqui.