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Fim da política de checagem de fatos na Meta vai intensificar fake news e discurso de ódio da direita

15/01/2025

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Na semana passada, a Meta – dona do WhatsApp, Instagram e Facebook – anunciou que irá promover mudanças em suas políticas de moderação de conteúdo, pondo fim ao seu programa de checagem de fatos, que verifica a veracidade de informações que circulam nas redes. As restrições para assuntos como migração e gênero também não irão mais existir. No entanto, haverá promoção de “conteúdo cívico”, ou seja, informações de teor político-ideológico.

De acordo com o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, os verificadores “tem sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram”. Ele também criticou o que chamou de “leis que institucionalizam a censura” na Europa e “tribunais secretos” de países latino-americanos que ordenam “retirar coisas silenciosamente”. Além disso, declarou que a empresa vai trabalhar com Donald Trump, que reassume a presidência dos Estados Unidos no final de janeiro.

“Notas da comunidade”

Com a mudança, a Meta irá utilizar o recurso “notas da comunidade” para moderar o conteúdo, ou seja, os próprios usuários irão escrever observações para identificar e sinalizar conteúdos problemáticos. Segundo a empresa, as notas são uma forma “menos parcial” de checagem de fatos, substituindo o trabalho de agências especializadas, como era feito anteriormente.

Por enquanto, esse recurso só tem efeito nos Estados Unidos. De acordo com Zuckerberg, ele será testado antes de ser expandido para outros países.

Violência e preconceito

Além da propagação de fake news, na nova versão das diretrizes a Meta permite, por exemplo, a associação da transexualidade ou homossexualidade com doenças mentais ou anormalidade, quando envolver discurso político ou religioso. Também permite conteúdo que defenda “limitações baseadas em gênero para empregos militares, policiais e de ensino”.

Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, a decisão da Meta representa um grave retrocesso na luta contra a desinformação, abrindo as portas para a proliferação de fake news que comprometem a democracia. Além disso, a medida amplifica a violência e normaliza discursos de ódio a grupos minoritários como mulheres, imigrantes e pessoas LGBTQIA+. Assim como Elon Musk transformou o Twitter (X) em um terreno fértil para a extrema direita, Zuckerberg segue um caminho semelhante, priorizando lucros bilionários em detrimento da responsabilidade social, sob a justificativa de “voltar às raízes em torno da liberdade de expressão”.

As redes sociais desempenham um papel central na comunicação e na formação de opiniões. O Sindicato defende a regulamentação dessas plataformas, para que elas sejam responsabilizadas sobre todo o conteúdo que circula, garantindo a segurança dos usuários.

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