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Processos da CEF contra Pedro Guimarães envolvem enriquecimento ilícito e crime de improbidade pelo uso indevido de funcionários

05/12/2024

Bancos: Caixa Econômica Federal

Crédito foto original: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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No dia 4, o portal O Bastidor publicou uma notícia exclusiva sobre o teor dos processos que a Caixa Econômica Federal move contra Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, demitido após denúncias de assédio moral e sexual.

As ações correm em sigilo desde 2023 e, até então, somente os casos de assédio haviam repercutido. De acordo com a reportagem, ao menos quatro processos estão no TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) em diferentes fases. O conteúdo mantido em segredo versa sobre suspeitas de enriquecimento ilícito, cumulação de cargos, destruição de celulares corporativos, uso indevido de funcionários da CEF em benefício próprio, entre outros.

Remuneração extra irregular

Além do cargo na presidência do banco, que lhe proporcionava salário mensal de R$ 56 mil, Guimarães participava irregularmente de órgãos colegiados de 26 empresas. A prática viola o estatuto da Caixa, que limita a cumulação desses cargos. Elementos do processo mostram que o ex-presidente, de 2019 a 2020, pode ter faturado mais de R$ 3,9 milhões de reais, além do seu salário formal e demais benefícios.

Uso indevido de funcionários

Pedro Guimarães também usou os funcionários da Caixa para auxiliar a sua participação em conselhos de outras empresas. A mando dele, funcionários da consultoria da presidência da CEF “faziam avaliação prévia de pautas, atuavam na elaboração de pareceres, na convocação de reuniões, na elaboração de síntese e opinião sobre as matérias discutidas, na apresentação de análises e no assessoramento de conselhos sem ligação direta com o banco”, revelou O Bastidor.

De acordo com o processo, ele “utilizou-se recursos humanos de empresa pública para perceber remuneração em nome próprio, causando lesão ao patrimônio público”. Nesse caso, a Caixa imputa o crime de improbidade pelo uso indevido de funcionários em benefício próprio e obtenção indevida de valores.

Destruição de celulares corporativos

Em uma das ações, o banco cobra R$ 45 mil pela destruição de telefones celulares corporativos. Seis iPhones – dos modelos 12 Pro Max e 13 Pro Max – foram jogados contra a parede, em acessos de fúria do ex-presidente. A CEF chegou a solicitar a devolução dos aparelhos quando ele deixou o cargo, porém, o pedido não foi atendido.

A instituição também cobra indenização por Guimarães manchar a reputação do banco público. A tramitação dessa ação tem sido mais ágil do que as outras.

Comportamento repulsivo

A primeira denúncia anônima de assédio moral é de setembro de 2021. As de cunho sexual foram denunciadas logo depois. Mais de 38 depoimentos atestaram a conduta abusiva de Guimarães.

Em um dos depoimentos, revelado de forma inédita na reportagem, uma trabalhadora relatou que, durante um jantar, o ex-presidente perguntou às subordinadas se elas já tinham ido para o carnaval de Salvador. Disse que já teria “topado” com elas na cidade e que deveriam ter voltado “sangrando”. “Vou te sangrar, vou te rasgar”, disse para uma delas, de acordo com os autos do processo. Além das declarações repulsivas, ele também chegou a passar a mão nas nádegas de uma das depoentes e afirmou que quem o acompanhasse no carnaval iria crescer na Caixa.

Ainda segundo a reportagem, nos dois processos de assédio, a Caixa ainda não foi intimada.

O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região reforça: Pedro Guimarães tem que ser punido por todas essas práticas, todas vítimas devem ser indenizadas e cada centavo recebido indevidamente deve ser devolvido ao banco público!

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