A Caixa Econômica Federal foi condenada em ao menos quatro processos que envolvem os casos de assédio sexual e moral praticados por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco. Na esfera trabalhista, dois acordos já foram assinados. Somados, eles chegam a R$ 14 milhões.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o banco deve desembolsar um valor ainda maior em um processo movido pela viúva de um ex-diretor de Controles Internos e Integridade, que cometeu suicídio na sede da Caixa, em Brasília, em julho de 2022, em meio a repercussão do caso. Segundo relatos de autoridades em anonimato, o banco foi condenado a indenizar a viúva por danos morais. O valor da condenação é o maior da história na área trabalhista. O jornal apurou que, inicialmente, a defesa da esposa pediu à Caixa indenização no valor de R$ 40 milhões, com o argumento de que o suicídio do ex-diretor deveria ser enquadrado como acidente de trabalho.
No ano passado, a CEF já havia fechado acordo judicial de R$ 10 milhões para encerrar a investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre os casos de assédio sexual e moral. Já neste ano, um termo de ajustamento de conduta foi assinado com o órgão após ser comprovado que empregados que chegaram no topo da carreira foram perseguidos e rebaixados de função pela gestão de Guimarães.
Condenações
Veja abaixo as condenações da Caixa, até o momento:
- Assédio moral: R$ 400 mil em processo ajuizado pela Fenag (Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal) em 2020 – ou seja, antes da repercussão dos casos, no entanto, Guimarães já estava na presidência do banco público;
- Coação de funcionários a fazerem flexões: R$ 3,5 milhões em processo movido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo;
- Funcionário que foi obrigado por Guimarães a comer pimenta: R$ 52 mil de indenização por danos morais.
Apesar dessas condenações, as mulheres que denunciaram Guimarães por assédio moral e importunação sexual ainda não foram convocadas nem para a audiência inicial – primeira etapa do processo trabalhista.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região espera que a Caixa faça Pedro Guimarães ressarcir os valores dessas indenizações. Além disso, é imprescindível que ele seja punido criminalmente pelos abusos cometidos contra as trabalhadoras. A impunidade em casos como esse só perpetua a cultura de assédio, que deve ser banida em todos os ambientes de trabalho.
Apoio emocional
O CVV (Centro de Valorização da Vida) é um serviço voluntário gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O atendimento pode ser realizado via telefone, através do número 188 (24 horas e sem custo de ligação), por chat (clique aqui), e-mail (aqui) e pessoalmente (confira os endereços).
O Sindicato oferece atendimento psicológico gratuito aos bancários sindicalizados. Saiba mais: (14) 99868-5897.