A campanha salarial dos bancários, mais uma vez, está sendo enterrada pela inércia e covardia da Contraf-CUT, perante os ataques e mesquinhez dos banqueiros. Pelo sétimo ano consecutivo, a categoria foi impedida de decretar greve e obrigada a aceitar mais um acordo bianual (2024-2026), com reajuste rebaixado.
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) já foi assinada no dia 10, assim como o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do Banco do Brasil. Apenas o ACT da Caixa Econômica Federal ainda não foi assinado (veja abaixo).
Entenda
No dia 31 de agosto, depois de enrolar os trabalhadores da categoria por quase três meses, a Fenaban apresentou ao movimento sindical uma proposta acima da inflação: reajuste de 4,64% nos salários e demais verbas, ou seja 0,6% de aumento.
Apesar da Contraf-CUT declarar que a proposta foi uma “conquista com ganho real” e defender sua aprovação, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região agiu como uma verdadeira entidade que representa os trabalhadores, indicando a recusa desse reajuste rebaixado e vergonhoso, considerando tamanha lucratividade dos bancos. Vale lembrar que, dos dez maiores resultados líquidos do trimestre, sete são do setor financeiro, sendo cinco bancos: Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e BTG.
CCT
No dia 5, em assembleia realizada no Sindicato, trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada pela Fenaban, referente à renovação da CCT. A votação contou com a participação de 80 bancários. Destes, 79 votaram contra as propostas apresentadas pelos banqueiros e apenas 1 votou a favor (cutista).
No entanto, em nível nacional, a proposta foi aceita, enterrando qualquer possibilidade de greve e de novas negociações entre o movimento sindical e os bancos. Sem a força e união do movimento nacional, o Sindicato precisou submeter-se à maioria.
Acordo BB
A princípio, bancários do Banco do Brasil da base do Sindicato rejeitaram o acordo apresentado pela instituição. No entanto, em nível nacional, a proposta foi aceita, obrigando a entidade a realizar uma nova assembleia, no dia 9.
Sem saída, os bancários do BB aceitaram, em partes, a proposta. A cláusula 17 da minuta foi recusada por unanimidade.
Acordo CEF
O ACT apresentado pela Caixa foi recusado em todo o Brasil, em razão das cláusulas que resultam em perda de direitos dos empregados (veja aqui). Diante da recusa, as negociações entre o movimento sindical e o banco foram retomadas no dia 10. A ultratividade – manutenção dos direitos já garantidos – está assegurada até o dia 17.
No dia 12, às 18h30, o Sindicato irá realizar assembleia para a deliberação sobre a nova proposta, e/ou para a deflagração da greve. Participe!