Um bancário do Banco do Brasil, representando a oposição bancária, ajuizou uma reclamação trabalhista pedindo a nulidade da assembleia virtual convocada pela Contraf-CUT e pelo sindicato de São Paulo, que está ocorrendo para deliberação da proposta apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), a respeito da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), e das propostas específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
A votação teve início ontem (4), por meio do sistema “Votabem”. De acordo com o comunicado da Contraf, os trabalhadores têm apenas três opções de resposta: “sim”, “não” e “me abstenho”. Antes do pleito, às 18 horas, houve uma plenária para “informes e eventuais manifestações”. Para ter direito de voz, os interessados tiveram que informar até ontem a tarde, nome completo, CPF, banco, lotação atual, matrícula funcional, telefone e e-mail pessoal.
Para a oposição, esse tipo de votação limita o direito de voz dos trabalhadores (estabelecido no estatuto sindical), já que não permite argumentos e discussões sobre os temas que sequer foram apresentados detalhadamente para a categoria. Além disso, muitos bancários serão pressionados dentro dos bancos para votar de maneira desfavorável às suas vontades.
“Ao convocar uma votação que ocorrerá das 20h do dia 04/09/2024 às 20h do dia 05/09/2024, mas somente possibilitar que os trabalhadores disponham do seu direito de voz até às 16h do dia 04/09/2024, a CONTRAF, junto ao sindicato, não está convocando uma assembleia, mas sim um mero plebiscito entre os seus representados. Assembleia se refere a reunião de pessoas interessadas em deliberar e debater acerca de propostas apresentadas em negociações coletiva, o que não irá ocorrer caso o edital não seja considerado nulo”, argumentou o bancário.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região apoia o pedido e espera que a votação seja invalidada pela Justiça! Ao contrário da Contraf-CUT, a entidade irá realizar em sua sede nesta quinta-feira (5), às 19 horas, uma assembleia presencial para deliberar sobre as propostas dos banqueiros.