A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), mais uma vez, não apresentou propostas de reajustes durante a mesa de negociação da Campanha Salarial da categoria, ocorrida ontem (20). O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, ao lado dos sindicatos do Maranhão e do Rio Grande do Norte, e de bancários da oposição, realizaram uma manifestação em frente ao hotel onde a Contraf-CUT e banqueiros se reuniram.
De acordo com a Contraf, a Fenaban queria impor retrocessos em relação a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e aos vales alimentação e refeição. Além disso, também quis atacar os direitos garantidos aos trabalhadores afastados pelo INSS por motivo de doença.
Proposta imoral!
Os representantes dos banqueiros também sugeriram que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) fosse segmentada por porte de banco, ou seja, considerando a lucratividade de cada instituição. Na tentativa de justificar essa proposta imoral, a Fenaban argumentou que há pequenos bancos que não alcançam os mesmos lucros e retornos sobre o patrimônio líquido.
O movimento sindical rebateu a justificativa, afirmando que, o banco usado pela Fenaban como exemplo de lucratividade “baixa”, é o segundo com a maior taxa de juros do cartão de crédito no país: 994% ao ano, ou 22% ao mês. Ou seja, as dificuldades de rentabilidade e lucro não podem ser justificadas pelos gastos de pessoal, mas sim pela prática de taxas de juros abusivas, que faz com que a instituição tenha uma inadimplência de 14%, enquanto a média do sistema financeiro é 3,3%.
A proposta, obviamente, foi recusada pelo movimento sindical.
Nesta quarta-feira (22), haverá mais uma rodada de negociação. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região reitera sua insatisfação e indignação perante o silêncio da Fenaban e a inércia da Contraf-CUT que, mesmo ciente de tanta enrolação, não convoca assembleias nacionais para deflagrar greve.