A quarta mesa de negociação entre o movimento sindical e o Banco do Brasil foi realizada no dia 19. O tema do encontro foi “Igualdade de Oportunidades”. Apesar dos representantes dos trabalhadores apresentarem as reivindicações, nenhuma resposta concreta foi concedida pelo banco.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, isso é uma estratégia do BB para enrolar as negociações até agosto, dificultando a organização da greve devido a ultratividade. Isso porque o prazo de validade do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria se encerra no próximo mês. Confira abaixo alguns dos pontos discutidos na “negociação”.
Desigualdade
O BB possui 25.724 funcionários negros, o que corresponde a 29,51% do total de trabalhadores. Desses, somente 2.130 ocupam funções de liderança.
Após o movimento sindical criticar essa desigualdade, o banco alegou que o programa “Raça é Prioridade”, possui 150 pessoas em processo de aceleração para ocupar cargos de liderança. Ao final do projeto, elas estarão preparadas a assumir funções de gestão conforme houver vagas, sem passar por novos processos seletivos. Ainda de acordo com a instituição, todos os processos seletivos já existentes têm cota racial.
Mulheres
Há 35.681 mulheres no quadro de funcionários do BB. Elas representam 40,94% do total. Porém, somente 26,79% ocupam cargos de liderança. Sobre promover maior participação de mulheres em cargos de alta gestão, o BB afirmou que em um concurso recente para o cargo de superintendente regional, aproximadamente 70% dos aprovados foram mulheres.
O movimento sindical cobrou que o banco crie programas para inclusão de cotas para pessoas trans nos concursos públicos.
Canal de denúncias
Atendendo à reivindicação do movimento sindical, o BB divulgou números do seu canal de denúncias. Segundo a instituição, em 2022, 26,9% dos processos envolvendo conduta de cunho sexual resultaram em demissões por assédio sexual. Em 2023, o número aumentou para 45,9%. Já nos primeiros seis meses de 2024, o percentual saltou para 65%.
Enquanto isso, desde junho do ano passado, 17 denúncias de condutas indevidas foram investigadas pelo canal. Dessas, 65% envolveram raça, 17% gênero, 12% homofobia e 6% crença religiosa.
Licença parental
As discussões incluíram a reivindicação de uma licença parental remunerada de 12 meses para cada pessoa de referência da criança ou adolescente, limitada a duas pessoas, sem prejuízo do emprego ou salário.
Em caso de nascimento prematuro, a licença começa no parto e se estende pelo período de internação. O BB se comprometeu a analisar a pauta e reconheceu o benefício desta reivindicação.
Etarismo
Foram solicitadas políticas para combater o etarismo. A necessidade de lutar contra estereótipos, como dificuldades de aprendizado e tecnologia entre pessoas mais velhas, foi destacada. A situação vale tanto para funcionários, quanto clientes.
PCD
Segundo o BB, apenas 2,86% dos funcionários do banco são PCDs. Desse total, apenas 1,29% ocupam cargos de liderança na instituição. Em 2024, o banco contratou 357 funcionários com deficiência. Mas, para o movimento sindical, ainda faltam políticas afirmativas de inclusão e redução da jornada de pais e responsáveis de PCDs e neurodivergentes.
Banco de horas
Os bancários precisam compensar até maio de 2025 o quadro de horas negativas. Na última atualização, haviam 5.497 trabalhadores com banco de horas negativo. Deste total, 755 bancários têm mais de 60 anos.
Próximas negociações
- Dia 7/8 – Saúde e condições de trabalho
- Dia 14/8 – Cláusulas econômicas