Após lucrar mais de R$ 35,6 bilhões em 2023, o Itaú Unibanco ganhou de “presente” da Prefeitura do Rio de Janeiro um patrocínio de R$ 10 milhões na sua festa de aniversário de 100 anos, na Praia de Copacabana, que terá a estrela pop Madonna como principal atração. A data do evento ainda não foi divulgada, porém, já é de conhecimento que o show da artista terá entrada gratuita.
O custeio foi publicado no Diário Oficial do município em 8 de abril. Quem receberá o valor será a Bonus Track Entretenimento Ltda., que organiza o espetáculo. Depois da repercussão negativa, a prefeitura divulgou um estudo para tentar justificar o alto valor investido na apresentação.
O Executivo afirma que o show “irá movimentar a economia carioca em R$ 293,4 milhões, valor 30 vezes maior do que os R$ 10 milhões investidos pela Prefeitura do Rio em patrocínio”. No entanto, faltou explicar o porquê de um banco privado, que lucra bilhões de reais há anos, precisar de qualquer dinheiro público para realizar sua festa de aniversário.
Para se ter ideia, o Itaú Unibanco registrou ganho líquido superior a R$ 35,6 bilhões somente em 2023 – são mais de R$ 97,5 milhões por dia! – e ainda comprou à vista, em dezembro do ano passado, o Edifício Faria Lima 3500, considerado o prédio mais caro do Brasil. O imóvel paulistano foi adquirido por R$ 1,4 bilhão (R$ 1.458.870.160,00) – transação que representa o maior valor de venda de um ativo único no País.
Então, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região questiona: é preciso usar dinheiro público, que poderia ser investido em pontos realmente necessários na capital fluminense, para patrocinar um evento de empresa privada que registra lucro bilionário?
Luta contra fechamento de agências
Mesmo concentrando essa quantia inimaginável de dinheiro e lucro, a instituição financeira fechou 307 agências pelo Brasil no ano passado, caindo de 3.816 unidades (entre agências e PABs) em 2022 para 3.509 ao final de 2023. Assim, deixou centenas de bancários sem emprego e ainda prejudicou o acesso a serviços e o atendimento de milhares de brasileiros.
Por emprego, atendimento digno, mais agências físicas e nenhum direito a menos, a luta continua!