A Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil) está sendo investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) do Distrito Federal por supostamente não apurar casos de assédio moral denunciados por funcionários.
O inquérito civil foi aberto no final de 2022, após uma apuração preliminar. De acordo com denúncias, a Cassi “tem compactuado com inúmeros casos de assédio moral”, demite funcionários assediados e não apura as denúncias enviadas à ouvidoria da empresa. Hoje, a Cassi é a maior empresa de autogestão em saúde do país, com mais de 700 mil participantes, incluindo funcionários e aposentados do BB, além de seus familiares.
Os procuradores cobraram explicações da Cassi e ouviram vítimas citadas no caso, incluindo um funcionário afastado do trabalho por motivos de saúde. Em depoimento ao MPT no ano passado, uma dessas vítimas afirmou que sofria humilhações constantes no ambiente de trabalho, por parte de colegas e chefes. O assédio era praticado presencialmente e virtualmente. “Tudo o que eu fazia era motivo de chacota. Eram brincadeiras para humilhar”, narrou.
Para provar os abusos, a funcionária também enviou ao MPT documentos e capturas de tela de mensagens privadas e em grupo, do sistema corporativo da Cassi. Um dos prints mostram a vítima sendo ameaçada de levar uma “porrada”.
Omissão
De acordo com essa vítima, os episódios foram comunicados à ouvidoria da Cassi há mais de um ano, mas não houve qualquer posicionamento da empresa.
Em comunicado enviado ao portal de notícias Metrópoles, a Cassi afirmou que não tem nenhum processo pendente que envolva denúncia de assédio moral, e que todas as denúncias que recebe passam por “apuração rigorosa”. “A Cassi está comprometida em garantir um ambiente de trabalho ético e transparente. Prova disso é a premiação Lugares Incríveis para Trabalhar, concedida por quatro anos consecutivos à Cassi”, afirmou. O Banco do Brasil também foi procurado, mas não comentou o caso.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região espera que o BB, responsável por indicar parte da cúpula da Cassi, interfira no caso e cobre uma apuração detalhada, resguardando a segurança e a confidencialidade das informações denunciadas. Se a ouvidoria da empresa negligencia as denúncias dos funcionários, certamente a Cassi não é um “lugar incrível para trabalhar”.