Faltando pouco mais de um mês para o fim do atual Acordo Coletivo de Trabalho sobre o Saúde Caixa, a novela das negociações com o banco segue sem desfecho. A reunião realizada ontem (16), na capital paulista, entre a Caixa e a Contraf-CUT, não trouxe qualquer avanço positivo aos empregados.
O banco apresentou como proposta a manutenção de 3,5% da contribuição do titular, com valor fixo de R$ 450 por dependente, mas mantendo o teto de 10% da remuneração (veja tabela abaixo). Caso seja implementada, os dependentes passariam a arcar com 48% das despesas e os titulares com 52%.
Atualmente o Saúde Caixa conta com 286 mil usuários, entre titulares (128 mil) e dependentes (158 mil), sendo que os dependentes respondem por 12% das receitas e por 41% das despesas. Para 2023, as despesas projetadas somam R$ 3,408 bilhões e, para 2024, R$ 3,743 bilhões.
Incorporação de despesas de pessoal
Nas duas últimas negociações, o banco assumiu o compromisso de incorporar as despesas de pessoal, até 2023, retroagindo a 2021. Com isso, haverá uma redução de R$ 177 milhões no déficit. Desta forma, somando ao uso das reservas técnicas e de contingência, o déficit deste ano é zerado e sobram R$ 40 milhões para ajudar em 2024.
Manifestação
Ainda na quinta-feira, o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região promoveu, ao lado do SEEB-RN, SEEB-MA, MNOB, e dos coletivos “Enfrente” e “Agora é para todos”, uma manifestação em frente ao Radisson Hotel, onde ocorreu a negociação com o banco.
Os manifestantes rechaçaram as propostas de acordo rebaixadas da CEF e o falso discurso de conquistas da Contraf-CUT. Também pediram a revogação do teto de 6,5%, que onera integralmente o funcionalismo, e a manutenção do modelo de custeio 30/70. Após o ato, seguiram até a superintendência do banco, localizada na Avenida Paulista, onde realizaram panfletagem.
A próxima reunião com o banco foi agendada para o dia 22, em Brasília.