O Santander acaba de ser novamente condenado na Justiça pelo descumprimento da legislação trabalhista. Desta vez, a sentença impôs ao banco o pagamento, além dos salários e benefícios vencidos durante o decorrer do processo, uma indenização de R$ 25 mil por danos morais ao bancário demitido de forma ilegal e o custeio de uma pensão mensal vitalícia no valor de 50% de seu vencimento.
O referido trabalhador atuou entre janeiro de 2018 e novembro de 2021 no Santander, data em que sofreu seu desligamento. No entanto, segundo a decisão judicial, o banco não observou a lei que garante estabilidade de 12 meses a partir da alta previdenciária, já que o bancário estava tendo crises de transtorno depressivo e foi afastado pelo INSS. O perito constatou que ele sofria de transtorno de adaptação e depressão, doenças psiquiátricas causadas devido ao assédio constante do Santander e que, exatamente, o excesso de pressão por metas e sobrecarga de trabalho geraram a redução da capacidade laboral do bancário, em cerca de 50%.
A ação foi movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e a sentença foi proferida por juiz da Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. O Santander deve recorrer da decisão.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o caso mostra de maneira didática o efeito da cobrança exacerbada de metas nos trabalhadores e qual foi o papel do Santander no adoecimento deste funcionário. O fato não é isolado, uma vez que temos inúmeros outros exemplos como este em nossa base territorial de atuação, e a proliferação de doenças psiquiátricas na categoria bancária vai gerar reflexos negativos para toda a sociedade se a justiça não der um basta a este tipo de prática irresponsável.