Os quatro maiores bancos do país: Bradesco, Santander, BB e Caixa, não chegaram a investir, juntos, nem 5% de seus lucros em vigilância e segurança, em 2022. O lucro dos quatro, somados, chegou a R$ 75,2 bilhões, mas o investimento em segurança foi de apenas R$ 3,2 bi, ou seja, 4,3% de seus lucros.
A análise não levou em conta os dados do Itaú, pois, desde 2021, a instituição não informa mais em seu balanço o investimento em segurança. Contudo, levando em conta os anos anteriores, o montante investido também é mínimo, já que em 2019, o Itaú desembolsou R$ 744 milhões com segurança, o que correspondeu a 2,6% do lucro; em 2020, o valor investido foi de R$ 730 milhões, ou seja, 3,8% de seu lucro.
Insegurança
Já há alguns anos, sob a justificativa de que as unidades não lidam com numerários – as chamadas agências de negócios – diversos bancos tem dispensado os vigilantes e retirado as portas giratórias com detector de metais de suas unidades.
O Santander, por exemplo, tem implementado a medida desde 2019. O novo modelo de agência da instituição é um prato cheio para bandidos, afinal, sem portas giratórias, sem vigilantes, sem caixas e com terminais de autoatendimento (que fazem depósito imediato, sem envelope), trabalhadores e clientes estão vulneráveis a vários tipos de violência, como roubos, furtos, golpes, sequestro e agressões.
Justiça
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, é inadmissível que, com tamanha lucratividade, os bancos queiram economizar às custas da integridade física, moral e psíquica de seus empregados e clientes, que pagam juros e tarifas altíssimos pelos serviços.
A entidade, que luta há anos contra a retirada de vigilantes e portas giratórias das agências, já tem na justiça uma ação requisitando que o Bradesco seja obrigado a cumprir essas medidas de segurança. Inclusive, está agendada para o dia 19, a audiência de instrução dessa ação. Caso o Sindicato obtenha êxito neste processo, também ajuizará ações semelhantes para que a medida seja cumprida nos demais bancos privados.