No dia 8, o Santander lançou na televisão e nas redes sociais sua nova campanha especial para o Dia das Mães. Nela, o banco ofereceu descontos em produtos bancários para clientes mulheres e afirmou que há mais de 10 anos não há mais diferença salarial entre homens e mulheres dentro da instituição.
A campanha gerou questionamentos entre os próprios funcionários do Santander e o movimento sindical, afinal, a informação não condiz exatamente com a realidade. Na verdade, a diferença diminuiu ao longo dos últimos anos, mas a igualdade ainda está longe de ser alcançada, principalmente em relação a ascensão na carreira.
Segundo o último Relatório de Sustentabilidade emitido em 2022 pelo banco, em 2021 as bancárias ocupavam 61% dos cargos na área operacional e os homens 39%. Com relação aos cargos de diretoria, apenas 25% eram ocupados por mulheres e 75% por homens.
Além disso, o Santander tem o costume de não seguir o chamado plano de carreira. Um profissional que está há anos trabalhando no banco pode, na maioria das vezes, ganhar menos do que um funcionário que acabou de ingressar no quadro de funcionários. Essa situação ocorre, principalmente, quando o Santander contrata trabalhadores empregados de outras instituições.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, o Santander divulga, em rede nacional, seu respeito e valorização às funcionárias da instituição, no entanto, essas atitudes ficam mais na teoria do que na prática. Ao invés de propagandear, o banco deveria tomar atitudes concretas em relação à igualdade e também contra o machismo e os assédios tão comuns dentro de suas agências.
Na próxima segunda-feira (22), o movimento sindical irá se reunir com o Santander para discutir igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. A discussão faz parte de uma mesa permanente de negociação entre os representantes dos trabalhadores e banco.
(Foto: Sindicato protesta contra as cinco demissões realizadas pelo Santander na semana do Dia das Mulheres)