Na mesma semana em que o presidente Temer se viu obrigado a suspender a tramitação da PEC da Previdência, também teve de abrir mão da deputada Cristiane Brasil (PTB) no Ministério do Trabalho e Emprego.
Como se sabe, a nomeação de Cristiane estava suspensa pela Justiça e pode ser considerada como mais um escândalo do governo Temer: se tudo corresse como queria o presidente, o Brasil teria, ironicamente, uma ministra do Trabalho condenada em processos trabalhistas por calote e desrespeito a direitos trabalhistas. Também vieram à tona denúncias de assédio contra funcionários e de envolvimento com o tráfico.
Interino também é reú
O PTB de Roberto Jefferson, pai de Cristiane e condenado pelo STF no processo do Mensalão, não conseguiu tê-la como ministra, mas aprovou a manutenção de Helton Yomura como ministro interino do Trabalho. Ele estava à frente da pasta desde a suspensão da posse da deputada e é lá que vai continuar até a reforma ministerial, prevista para o fim deste mês.
Acontece que Yomura também está enrolado com a Justiça. Ele é réu em uma ação da Justiça do Rio que apura uma ligação clandestina de energia elétrica. O caso, divulgado pela Globo News, aconteceu em 2014 na empresa em que Helton é sócio (Fimatec).
A ligação clandestina foi descoberta em um galpão na Zona Norte do Rio. O “gato de luz” foi encontrado em abril de 2014 pelos funcionários da Light, a concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica.
Helton e o sócio dele foram denunciados pelo Ministério Público por dois crimes: furto de energia e furto qualificado. Se forem condenados pela justiça, eles podem pegar uma pena máxima de 12 anos de prisão.
Segundo o site Congresso em Foco, Yomura e Cristiane Brasil têm relação próxima desde 2006, quando ele advogou para a deputada em uma representação do Ministério Público Eleitoral por campanha antecipada. O inquérito foi arquivado em 2015. A relação entre os dois se estreitou durante a passagem dela por secretarias na gestão do prefeito do Rio Eduardo Paes (MDB).
Em resumo, de um jeito ou de outro, o Ministério do Trabalho vai continuar nas mãos de Roberto Jefferson.